Sunday, December 16, 2007

Adeus, meus sonhos!


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
Álvares de Azevedo

"O quarto está escuro, vazio. Ouço vozes ao fundo, me chamando! Quero gritar! Não consigo! Não há correntes ou cadeados, mas não posso me mexer. Socorro! Penso comigo! O silencio! Eles partiram..."