Sunday, October 01, 2006



“TODAS AS CARTAS DE AMOR SÃO RIDÍCULAS, SE NÃO FOSSEM RIDÍCULAS, NÃO SERIAM CARTAS DE AMOR!” Cala a boca, Pessoa! Ah, tah! Desculpe, foi o De Campos! Faz parte!

A pessoa passa 29 anos da vida procurando o palhaço perfeito para que possa escrever isso, pois ela achou bonito! Isso! É bonito! Ou seria ridículo??? Ah, cala boca, Patrícia!

Aos 10, sentada na primeira carteira, rabo de cavalo, o caderno perfeito, o boletim azul, sem amigos, a filha exemplar, o desenho perfeito da famosa Cú De Ferro. Os meninos? Ah, os meninos...eles são chatos e inconvenientes! Quem irá querer saber deles???

Aos 13 ela sente cólica, os peitos crescem e ela continua curtindo a turminha CDF da frente da classe...mas e aquela galera maloqueira do fundo, que não tem caderno, fuma no banheiro, bebe nas festas e vomita?? Ah tah! Ela não era convidada para as festas?? Não!

Aos 15 ela muda de escola, faz novos amigos e aprende que pra sobreviver na selva da sociedade, tem que encontrar uma máscara para que as pessoas não enxerguem seus tesouros! Então encontra uma grande concha e coloca um envelopinho lá dentro, sai dela e muda o cenário do grande palco da vida, onde passa a brincar de viver histórias, conhecer pessoas...brincar de viver a vida!

Aos 16 ela se apaixona...e entende o porquê de todas as cartas de amor serem ridículas! Aos 18 ela vive o ridículo das cartas de amor..mas o envelopinho continua escondido...ainda não é a hora de entregar. E viva a faculdade e as festas! Os amigos e as biritas! Durante 8 anos, vive a busca do desconhecido e entre mortos e feridos, descobre que a liberdade de um alto preço, mas que pode valer a pena!

Pensa que acabou a palhaçada do ridículo? Que nada! Que venha o melhor amigo, o irmão drogado da amiga, o amigo de classe, o cara mais popular da turma, o amigo do amigo do amigo, os casinhos de uma noite e os imbecis da balada que vestes máscaras e escondem-se em urnas para proteger-se na nuvem do seu egoísmo. Ela tirou a máscara para alguns deles, mas teve que colocar de volta. Agora ela volta para a conchinha e entende o poema...não são bem as cartas de amor que são ridículas. Esta eterna busca é o verdadeiro ridículo!

E viva o poeta!

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